Como um oceano fundo, vivo, me afundo nos teus seios e te faço sussurrar palavras que ainda não entendo. Com os olhos fechados você me diz pra continuar, submerso no mar. Já sem o mastro os navios fogem a esmo na tempestade feroz de meus dentes a perfurar a carne virgem. Com minhas mãos suspendo teu corpo febril.
Ouvimos passos, vozes, mas nada impede de continuarmos a navegar no oceano que tu tanto desejas. Já quase sem oxigênio, tateio os cabelos. Suas unhas cravam com tal ferocidade e desejo nos meus peitos, já descobertos. Rapidamente, quando desço pra ver as maquinas, de súbito te ouço gritar: -Não, por favor!
Ainda a esmo, agora por sua vontade, me perco ao redor das curtas e grossas coxas. Com o joelho escancarado e livre pra fechar a qualquer disparato dos meus dedos.
Por fim, ancoramos as margens de longos suspiros, onde já cansados de remar queimamos nossos remos.
A tempestade que te toma todo o dia virá mais tarde hoje.
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