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domingo, 25 de setembro de 2011

Laura ( Terceiro capítulo )

Sua hora chegava, anunciada pelo vento gelado. Adentrou a sala, clara e com muitas obras de artes espalhadas por todos os lados, algumas amontoadas, outras jogadas num canto. Tentou em um breve momento entender um quadro, que se mantinha ao lado da cabeça da mulher- possível dona do mercado- tal quadro para ela, mais parecia rabiscado por uma criança, era um homem na ponte, não um ete,passando com as mãos no queixo e com a boca aberta. Não absteve o riso, e repentinamente, seu brando e radiante sorriso foi cessando até voltar a ser a menina nervosa da fila, quando foi endagada por diretas perguntas. Dona do mercado:- Você tem alguma experiência? Laura: -Não. Dona do mercado: -Então você não serve para o emprego! Laura:-Mas aprendo muito rápido, qualquer coisa, eu... Foi interrompida pelo “não” mais sem eufemismo, seguido de : -Próximo!!! Saindo com o rosto, escondido pelas mãos e com muita pressa de sair daquele lugar. Já na rua, olhou pra cima e sentiu o sol quente secando uma gota que percorria seu belo rosto. continua...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Laura ( segundo capítulo )

Vestiu a roupa do dia de domingo, que no ultimo mês, seus pais orgulhos compraram na loja da Dona Zefinha, pequena comerciante do bairro que sempre vendia em extensas parcelas, roupas, calçados e além de tudo, emprestava dinheiro entre os curtos inicios e finais de meses. Mas o que não entendia era o porquê que logo as primeiras entrevistas teriam que conciliar umas com as outras, fazendo com que ela usa-se a tão linda roupa de domingo, a entrevista do mercado, ás quatorze horas, e a do shopping exatamente ás dezesseis horas. Chegando ao supermercado, deu de cara com uma fila enorme, pessoas velhas, jovens, e a sua frente até um japonês, falando diferente e demonstrando ansiedade. Cada um se gloriando com os amontoados de folhas. E como ensaiado, todos se voltaram ao mesmo ponto, quando saindo da sala um rapaz com paletó branco, maleta em mãos, dava impressão de médico, corria desesperado soltando papéis pelo mercado inteiro. Enquanto a Laura, essa não deixava o nervosismo tomar conta do seu rosto, e nem o medo de estar concorrendo com pessoas aparentemente com níveis superiores de ensino, tentando a mesma vaga que a dela no almoxarifado do mercado da esquina. Na sala entrava um grupo de sete pessoas, assim como entrava sai também em seguida as sete mesmas pessoas, mas com olhar diferente. A curiosidade não cedia um momento sequer, saiam todos com os rostos sem expressar emoção, em exceção do aparente médico, que tentou esconder os olhos com um óculos escuro, mas foi em vão, todos virão as lagrimas correndo nas límpidas partes daquele rosto, e reparando as inúmeras folhas que caiam daquela maleta. A vez da Laura se aproximava, ao mesmo tempo, nela brotava uma angustia de não saber o que iria encontrar na sala, ao mesmo tempo a poucos passos, achava que toda aquela ansiedade, alias, parte dela se encerraria. Ao pé da porta, sentiu além do vento gelado do ar condicionado, um boa tarde, bem nesta hora um carro de propaganda, ao passar na rua da frente anunciava o show de um grupo de pagode da cidade, voltou a cabeça para tentar ouvir mais alguma palavra, mas seu antecessor como todos os outros saia correndo da sala. Continua..

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Laura ( segunda parte )

domingo, 18 de setembro de 2011

Laura ( 1º Parte )

Laura, uma menina jovem, com garra e determinação, era assim que seus pais a tanto bajulavam, orgulhosos de fazerem parte daquela gênese. Entrou na escola com apenas 6 anos de idade e conclui com 16 anos, para as garotas do seu bairro aquilo não era normal, pois aos dezesseis o máximo que conseguiam concluir era a primeira gestação. Mas, por tráz de tantos lampejos seus olhos não escondiam o confuso e interno mundo, muitas perguntas não a deixavam dormir, como o que iria fazer agora, o que iria querer pra fazer a vida inteira, achava tudo aquilo muito pesado para os pequenos e tortos ombros. Decidiu então procurar emprego, até se decidi pra onde iria. Durante dois meses andou toda cidade de “Rio Sul”, a mesma que à acompanhava toda sua vida, mais uma vez a via andar por entre as longas e inconfundíveis azaleias, típicas daquela região. Entregou todos os malotes de currículos, e a esperança de obter respostas para as perguntas estavam perto, agora era só aguardar o telefone, ainda sem identificador de chamada, tocar. Esperou uma, dois, três semanas e nada, mas no ultimo dia da quarta semana de espera, recebeu eufórica três telefones. Um do supermercado, situado bem no centro da cidade, chamado, “Mercado Dois irmãos”, com a proposta de uma vaga no almoxarifado; O segundo Telefonema, Segundo dizia para ela comparecer, para uma entrevista numa loja de calçados no Shopping da cidade, esse bastante longe da sua casa, teria que pegar um ônibus para chegar ao ponto; e por fim o terceiro, era apenas trote de seus amigos... Continua...