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sábado, 24 de março de 2012

Gen

Após a queda da bomba nuclear em Hiroshima, um homem reconta sua historia e pacificamente luta contra armas nuclear.  Keiji Nakazawa, seu verdadeiro nome, que no mangá se encarna na pele do jovem Gen Nakaoka.  

É dessa forma que é me apresentado o “Gen”, uma bela historia, desenvolvida numa forma de literatura pouco ainda de interesse das bibliotecas do Brasil. Além de imagens chocantes, como a de pessoas correndo pelas ruas com as peles derretendo. A historia aborda um censo critico e faz do absurdo da guerra uma forte forma de reconstruir a vida.

E pra quem pensa ainda que quadrinho é coisa pra criança, se liga só na exposição em São Paulo direcionada a essa arte.
http://quadrinhos51.wordpress.com/


quarta-feira, 21 de março de 2012

Judas e a misericórdia não alcançada.




Logo ao nascer seus pais não tiveram dúvidas, receberia o nome de um  santo. Mantiveram a promessa de anos atrás por uma graça alcançada.  Só não imaginariam o mal que poderiam fazer ao filho. Com um peso eterno, carregava no nome a marca da traição, um fardo não tão heroico como o de um deus grego, mas sim, ridícula, promiscua como qualquer brincadeira sem graça em prol da tristeza alheia.
Judas não se importava muito com as piadas relacionadas ao seu nome, ele só odiava as comparações que faziam com o sujeito, traidor.

Num dia comum, chuvoso de janeiro, Judas se levanta da sua cama de solteiro, olha pela janela, com os olhos semicerrados, sente como se aquele dia não fosse como os de antes, alguma coisa o esperava lá fora. As ruas estavam vazias, nenhum carro de som atrapalhava seus pensamentos, nenhuma loja com as músicas do momento em versão ainda mais chata, anunciava as promoções imperdíveis. Apenas ouvia buxinhos por todos os lados, como se aquele dia ninguém o incomodasse com as brincadeiras mais idiotas que existia.

Olha o relógio, como sempre, vai ter que pegar um atalho até chegar ao trabalho, como de rotina, estava atrasado. Retira qualquer peça do guarda roupa, vai até a cozinha, frita dois ovos e esquenta o café de ontem.

Ao sair de casa, pensa alto: - Já não são mais os mesmos dias...
Percorre aquela longa calçada, passa na primeira loja que ainda estava fechada, um pequeno sex shop, visitado pelas freiras da igreja, e como um ataque surpresa, desperta ao ouvir uma voz gritar seu nome:
 - E ae Judas, quem você vai trair hoje?

Com receio que prosseguissem toda aquela chatice, ignorou as palavras de um certo imbecil punheteiro que se anunciava do sex shop.
Caminhando a frente, se depara com uma moto parada e com a chave na ignição. Parou por um instante, pensou que aquilo poderia ser um presente, ou uma câmera escondida. Lembra que enquanto esperava a fila enorme do banco pra pagar a conta de luz, assistia um Dvd especial só de pegadinhas, as piores, mas mesmo assim o divertia.
Sentia medo de dali pra frente ele ser o motivo dos risos de quem espera a enorme fila do banco.

 Com um rodopio de leve do pescoço, ignora o veiculo e torna a seguir pela longa calçada.  Ao atravessar a rua ouve uma voz, feminina, acompanhada com riso, que dizia:
-Muda de vida Judas, não percebe que tu não eis ninguém! Ninguém, kkk.
Sendo assim, sua paciência cessa. Olha pra traz, com ar colérico, para no meio da pista, mas não consegue ver ninguém, a calçada estava vazia, será que estava ouvindo vozes, pensou, foi o que sua mente sã revisou em seus últimos instantes. Enquanto voltava o olhar de volta ao caminho, um carro que vinha em sua direção o acertou em cheio.
Voou pra bem alto, dando varias voltas no ar, pela altura que se seguia, teve tempo de relembrar os muitos atos altruístas que praticou naquela vida, reconhece que seus esforços não serviram de nada. Ao tocar o chão levanta a cabeça com dificuldade e distingue cada rosto que há ao seu redor: Anjos, Mulheres, Mendigos, Engenheiros, Médicos, Policias, Cachorros, Políticos, Radialistas, Advogados todos num só intuito, olhar e admirar os restos mortais expostos no meio da rua.


sábado, 3 de março de 2012

Um canto a Neil Perry

Quando as velas se rasgarem,
quando os astrolábios se quebrarem
vamos remar contra as águas vivas.
Os diplomas vão soar
vidas amargas...

Enfim entoaremos:
"Oh capitão, meu capitão."
Seguir meu coração,
mesmo ele estando enganado.
Atoando uma historia de uma noite de verão
em dias de completa evasão.