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sábado, 19 de maio de 2012

Ode a Augusto dos anjos e as eternas Quimeras de cada alvorecer.


Logo percebe que as feras se contorcem nos arbustos a espreita-lo, num caminho que só a ele interessa. Elas se aproximam, balançam o rabo, se fingem de morta, rolam por cima das folhas, mas mesmo assim não retém à atenção do nobre homem.

De surpresa, já quando chegava perto da ponte, que dava para o seu chalé, é tomado por um sorriso ímpar entre as feras, mas quando se aproxima para acariciar o doce felino, sente um arder, profundo, nota que enfurecidas presas cravadas no seu robusto corpo. Aos gritos, que ecoam por toda floresta, se vê agora sem um braço.  As feras se sentem providas de um bom pedaço de carne, em seguida, o nobre homem move-se pausadamente para uma caverna bem embaixo de uma arvore já quase aniquilada pelo intenso inverno e assiste a todas as famintas feras devorarem seu braço.



Assim permanece até adormecer, imagina que está sobre uma coluna suspensa nas nuvens, equilibrada por pedaços de corpos amontoados. Entre tantos restos mortais, como, tórax, cabeças, reconhece seu braço, ainda com o relógio que sua mãe havia li dado, dias antes de morrer.

Aproxima-se, retira seu braço com esforço, com isso desequilibra a coluna, mas antes de ouvir tamanho impacto ao chão, que mesmo ainda de nuvens fazia um tremendo barulho, se vê novamente agora arrastado para o covil das feras onde admira cada pedaço seu sendo arrancado por famintas mordidas. Chateia-se com os filhotes ao brincarem com seus dedos, com leve mordidas, a qual o faz rir, e rir naquele momento era provocar mais ainda as esfomeadas feras.
E por fim, tudo acaba quando seus olhos são devorados.


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