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sábado, 27 de agosto de 2011

Samuel, o apanhador de sonhos e sua Manticora devoradora de lembranças.

18, dezenove, 20, vinte um, 22 e vente três anos incompletos.
Ele foge, segue a neblina, escondido
supremo lampejo de ficar.
Chinelos de couro, chapéu de gibão.
Café a mesa, gente girando lá fora...
Nos tornamos tumultuosos sobreviventes da cancela de vidro,
que escoa o odor do fina chuva de dezembro...
Segue o sussurro, soluços entre chamadas perdidas.
Apanha um, dois, 3, 4...
Ela devora as trincheiras.
E some, mais uma vez.
Mais uma vez, sobraram cinzas.
Assim.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dias em que estive sob as asas de um poeta ( Ou pra não dizer que não falei de momentos felizes)



Mas que seja eterno, esse tal de elo.
Mas que seja sem luto, essa plenitude...
Cada dia, cada noite em cada passo.
Entrelaço em abraços tua feroz e singela presença.
Sem reis, rainhas, castelos, dragões.
Falávamos de amores perdidos;
sonhos falecidos.
E o que nos resta...depois das festas.
Prédios, sacadas, canções, e flechas ao santo.
Que perpetue “in the fire to night”.

“Fui me derramando...esponjadas com gotas de mim...
Não faz assim, seus beijos...”

domingo, 21 de agosto de 2011

O retorno de Deus com sua cruz de isopor.

Eco sufoca-se com seu próprio hálito ;
Esfinges arrastam os carcarás pra longe do meu peito.
E assim nos tornamos infiéis aos provérbios...
Tantas luas se foram e ainda estamos aqui, esperando os dedos
adormecerem, a língua calar-se só por um instante...

Azaleia em mãos,
quando as trombetas anunciaram:
-Se foram...os Deuses com suas cruzes de isopor.

domingo, 14 de agosto de 2011

Herói


Super herói: Se define como sendo um ser de outro planeta, com poderes especiais, cuecas por cima da calça, emblemas futuristas e aquele charme...típico de um galã.
No entanto o meu pai, não é de outra constelação, nem lança poderes especiais, e nem usa cueca por cima da calça -ainda não-.

Vendo toda a estrada que ele trilhou e o quanto ele batalhou para me dar uma boa educação: tendo que ir vender algodão em dias de chuva, as vezes, ter que dormir no ponto de ônibus , pois não encontrava transporte pra voltar pra casa. Isso foi a prova de que ele sem dúvida é meu super herói.

Lembro da ocasião em que juntou todo o lucro da venda de “algodão doce” e comprou na loja “Casas Bahia” meu primeiro vídeo game, recém lançado “Mega Drive”. Foi um bem material, mas que futuramente me fez perceber o valor que o suor do trabalho nos proporciona.
Essa é minha pequena homenagem a esse grande herói, chamado Valdemar Pereira de Andrade, que em 22 anos esteve e está ao meu lado.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Madrugada (um café, internet e só)

Coração que um dia foi de Helenas, gelado e vingativo;
Rasgando a ceda, olhando os livros mofados sobre a mesa.
A vida, impávido e sem colosso.

(Em teu olhar):
Pobre desse Kierkegaard da zona oeste,
e de tanto assim por dizer, se cale.
Cale-se.

(Em Meu olhar)
São agora portões fechados, que nele te empeçam de entrar.
Desfecho de uma idéia falida, que aos ratos-como dizem-sobraram.