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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Diário 45:Sussurros entre as fendas

Não me entendo;
Quando digo as palavras,
já são ditas,são repetidas.

Remo com o tempo
que faz brotar as sementes de ouro.
Minha coragem é tão gigante;
cega as vezes...

A língua enrola quando passo.
Tropeço nas águas da língua serena.
Fulgas de planos a construir.

Acho que nunca vou mudar;
Nunca...
Expressando á dor de ferir quem me deseja.

Viciado que sou;
procigo enterrado na lama,
Arrastando a navalha de quatro.
Vendo meu inimigo a estender o abrigo.

Todo o encanto se vai;
é só deixar o instante falecer.
Reconhecendo a vitória na derrota.
Serei mais um oráculo de putas,
que amanhã levantara tabuas de pecados...

Grito entre as fendas.
Ouço repetidamente minha voz,
dizendo que a poeira junta câncer no romance.

Com alguns dos teus remos;
rasgo as entranhas do mar.
e emerge deuses que nada dizem.
Apenas sons sem nexo.

1 comentários:

Marina Be disse...

Lindo texto... nossa! Inspirador :)

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